Como funciona o sistema de saúde nos Estados Unidos?
Cada país tem uma forma de gerenciar e oferecer serviços a seus cidadãos, o que deve ser levado em consideração na hora de planejar sua mudança para o exterior, por isso é importante entender o sistema de saúde nos Estados Unidos.
Você já deve ter lido ou ouvido que nos EUA não há uma rede pública de saúde e que é recomendável contratar algum tipo de plano para atendimento médico e hospitalar a fim de evitar dívidas astronômicas no caso de você precisar de algum tratamento inesperado.
Então, informar-se sobre o sistema de saúde nos Estados Unidos faz parte da preparação de quem vai morar e trabalhar por lá, especialmente de forma definitiva.
Neste texto, vamos explicar como funciona o sistema de saúde nos Estados Unidos, suas vantagens e desvantagens, além de contar um pouco da sua história e mostrar as principais diferenças para o Brasil.
Entenda como funciona o sistema de saúde nos Estados Unidos
O sistema de saúde nos Estados Unidos é baseado majoritariamente em instituições privadas, ou seja, não há um sistema único de atendimento público e gratuito, como no Brasil.
Por lá, existe uma combinação de programas de financiamento público e privado, que possuem diferentes regras e requisitos de elegibilidade de acordo com o perfil do usuário.
Assim, ao morar nos EUA, você deve contratar um plano de saúde ou pagar pelas suas despesas médicas à medida que as necessidades surgirem.
Essa última opção não é aconselhável, já que despesas médicas particulares são um dos principais motivos de falência individual da população por ano.
É claro que, em casos graves e de risco de morte, a pessoa será atendida mesmo que não tenha algum seguro saúde, mas essa conta baterá na sua porta mais tarde e se você não pagar poderá enfrentar ações judiciais e ter dificuldade de conseguir crédito.
O seguro saúde é classificado por nomes de metais e seus valores mudam conforme diferentes aspectos, assim como no Brasil, como idade, tipo de cobertura, tabagismo, estado e cidade.
Igualmente ao que ocorre no nosso país, os planos oferecidos nos EUA variam entre empresarial e pessoa física, com as opções de individual ou familiar.
Cada estado tem o poder de regular os planos de saúde e os atendimentos particulares, assim, o que será oferecido dentro da cobertura pode variar de acordo com a modalidade escolhida e as regras de cada região.
Com um plano de saúde, a seguradora assume parte dos seus custos médicos, como emergências, check-ups e até medicamentos, por exemplo, conforme o tipo de cobertura contratada.
Isso quer dizer que, dependendo da modalidade que você escolher, poderá ter que arcar com despesas de acompanhamento médico ou até mesmo cirurgia, tendo esse valor cobrado separadamente dos demais serviços
Uma das maneiras mais comuns de obter cobertura médica é por meio do seu empregador, mas não é uma obrigação das empresas oferecer esse benefício, isso deve ser acordado em contrato entre o profissional e o contratante.
Se essa não for uma possibilidade, você pode ainda contratar um plano por conta própria, o que provavelmente sairá mais barato do que se você tiver despesas médicas inesperadas e tiver que pagar por exames, tratamentos e atendimentos particulares.
Apesar de os EUA não oferecerem um programa de saúde pública gratuito, existem programas de subsídio do governo que tornam o seguro de saúde mais barato, desde que a pessoa se enquadre nas regras determinadas, o Medicare e o Medicaid.
São voltados para pessoas de baixa renda e idosos, e é o Estado que diz quem pode ou não utilizar essa forma de atendimento.
Veja a diferença entre eles:
- Medicare: para americanos com mais de 65 anos que pagaram impostos durante os anos de trabalho, sendo estendido também a pessoas com deficiência ou impedidas de realizar atividade remunerada, requer número de seguro social
- Medicaid: para americanos de qualquer idade com baixa renda, com custos bancados pelo poder federal e estadual, sendo que o governo é responsável por ressarcir médicos e hospitais.
Existe ainda o Affordable Care Act (ACA), voltado a cidadãos americanos ou portadores de Green Card que ganham até quatro vezes o nível de pobreza ou menos.
Agora você já conhece um pouco mais sobre o sistema de saúde nos Estados Unidos e certamente percebeu que esse é um assunto sério e que precisa ser pensado antes da sua imigração, até mesmo para a formação de uma verba de emergência no seu orçamento.
Sistema de saúde nos Estados Unidos: vantagens e desvantagens
Para ficar ainda mais claro como funciona o sistema de saúde nos Estados Unidos, preparamos uma lista de vantagens e desvantagens desse modelo.
Vantagens
Os EUA não oferecem uma rede gratuita de atendimento médico, mas tem muitas coisas boas no seu sistema de saúde, como as seguintes.
- Alto nível: o treinamento médico nos EUA é mantido em um padrão muito alto e uma das causas é o fato de haver muito dinheiro envolvido
- Liderança mundial: o país conta com sistemas excelentes de pesquisa médicas em instituições como a famosa Mayo Clinic ou a escola de medicina de Harvard, envolvendo temas como tecnologia de saúde e medicamentos
- Rapidez: o sistema de saúde dos Estados Unidos é bem-sucedido na prestação de cuidados rápidos e o tempo de espera para atendimentos costuma ser curto
- Riqueza de recursos: com um mercado competitivo na área de saúde, o país se beneficia da eficiência e melhoria de recursos, sem sofrer com falta de medicamentos.
Desvantagens
Você conhece algumas das vantagens do sistema de saúde dos Estados Unidos, agora veja as principais desvantagens:
- Estados autônomos: como cada estado pode determinar as regras dos planos de saúde, as políticas (e os preços) podem variar bastante
- Altos custos: o sistema de saúde nos Estados Unidos é caro, mesmo com plano, já que apenas parte dos atendimentos ou tratamentos tem cobertura, dependendo da categoria contratada
- Disparidade Econômica: as empresas e os ricos são favorecidos em detrimento das pessoas comuns, fazendo com que muitas famílias optem por não ter um plano de saúde
- Falta prevenção: como seguro saúde é caro e muitas vezes não cobre todos os gastos, os americanos deixam de ir ao médico, de fazer check-up ou procedimentos necessários, buscando atendimento apenas quando a situação já é grave
- Franquia: o usuário do plano de saúde fica amarrado ao “deductible”, uma espécie de franquia, e seus gastos são cobertos apenas após atingirem o valor em questão – pelo menos pode ser estabelecido um limite do quanto o usuário terá que pagar.
Histórico da saúde americana
Os Estados Unidos possuem 330 milhões de habitantes, uma das maiores populações do mundo.
Evidentemente, não é fácil oferecer acesso à saúde para todas essas pessoas, portanto, cada um terá que escolher a modalidade que for melhor, de acordo com a demanda.
O fato de não contar com um sistema de saúde pública, como o SUS do Brasil, apenas opções privadas, com algum tipo de subsídio para determinado público, não é algo dos últimos governos, mas uma cultura que já existe há séculos.
Para entender melhor essa história, é preciso voltar no momento da história em que algumas pessoas começaram a contestar o modelo de saúde.
Como mencionamos anteriormente, despesas médicas são uma das maiores causas de endividamento nos EUA, sendo que a primeira vez em que alguém questionou o sistema de saúde nos Estados Unidos foi em meados de 1850, com o ativismo de Dorothea Dix.
Naquela época, foi criado um projeto de lei com objetivo assegurar o direito à saúde para todos os cidadãos americanos, criando uma certa confusão, já que parte da população percebeu o quanto isso poderia mudar vidas, enquanto o restante não ficou satisfeito.
A ideia desse projeto de lei foi barrada com a alegação de que o bem-estar do indivíduo não deveria ser obrigação do estado.
Anos depois, o ex-presidente Theodore Roosevelt tentou emplacar um sistema de saúde público, que seria o responsável por atender todos os americanos, assim como é no Brasil.
Entretanto, essa ideia foi vetada por políticos, tanto Republicanos quanto Democratas.
Desde então, a saúde americana é baseada apenas em instituições privadas, independentemente da classe ou renda dos americanos.
O assunto é complexo e ainda hoje divide opiniões em diversas regiões do país, afinal, pagar pela saúde pode ser algo caro.
Vale ressaltar que em alguns países, como Brasil e Inglaterra, o cidadão pode usufruir de um atendimento público, ao passo que nos EUA, todos que desejam um atendimento completo e contínuo precisam contratar um serviço privado.
No entanto, há programas de subsídio, como vimos antes, que oferecem planos mais acessíveis a uma determinada parcela da população, como idosos, pessoas em situação de pobreza extrema e imigrantes legais, desde que se encaixem no perfil.
Diferenças entre o sistema de saúde nos Estados Unidos e no Brasil
Ao destacarmos as principais diferenças entre o sistema de saúde dos Estados Unidos e o Brasil, a ausência de um modelo como o SUS por lá salta aos olhos.
Claro que no Brasil muitas pessoas, mesmo podendo recorrer a um atendimento gratuito, preferem contratar um plano para evitar longas esperas por consultas, exames e tratamentos e para contar com uma rede maior de profissionais.
No entanto, os brasileiros não podem se candidatar a programas de subsídio para pagar um convênio médico, embora possam declarar essa despesa no imposto de renda.
Enquanto nosso Sistema Único de Saúde é mantido a partir dos impostos pagos, nos EUA os programas de subsídio são mantidos com essa prática, embora apenas parte da população possa se beneficiar deles.
Para saber tudo sobre a vida nos EUA, como emprego, salário mínimo, profissões, educação, universidades, costumes, curiosidades, cidades e muito mais, acompanhe os conteúdos da Imigrefácil.